Até quando crianças e torcedores comuns terão que continuar se privando de ir ao estádio assistir a um jogo de futebol por medo da violência?
Hoje em dia, a grande maioria dos pais de família tem receio de levar seus filhos ao campo devido aos constantes atos de violência das torcidas organizadas. É bem verdade que, do ponto de vista visual, essas uniformizadas apresentam nos estádios um verdadeiro espetáculo composto por músicas e coreografias de incentivo ao seu time. Entretanto, muitos desses “gritos” incitam a violência contra torcedores adversários, gerando um clima de “guerra” nas arquibancadas. Isso, por sua vez, pode levar a um confronto violento entre as torcidas, o que, quase sempre, acaba em muitos feridos e, até mesmo, mortos.
A reação dos torcedores organizados é muito influenciada pelo resultado e pela maneira como a partida se desenrola. Porém, as ações de vandalismo cometidas por esses não podem ser justificadas pelo placar do jogo, pois, na grande maioria dos casos, os confrontos entre torcidas uniformizadas ocorrem com data e horário marcado, sem que haja uma razão específica para tal embate. Para esses torcedores, o simples fato de o outro torcer por uma equipe diferente da sua é motivo suficiente para que esse apanhe ou, em alguns casos, seja morto.
A questão torna-se ainda mais absurda quando o confronto é entre duas torcidas organizadas de um mesmo clube, porque, nesse caso, qual é a justificativa? São, justamente, episódios como esse que me fazem crer que o futebol não passa de um pretexto para a ação de alguns criminosos, que não respeitam a liberdade de escolha do outro e suas respectivas vidas.
E, enquanto grupos como esses continuam freqüentando os estádios, nós, torcedores comuns, permanecemos em nossas casas, reféns do famoso “Pay Per View”, e perdemos o melhor do espetáculo: a emoção de estar nas arquibancadas.
Créditos da Foto: Photo Bucket. com